sábado, 25 de julho de 2009

Pra quem gosta de Histórias


O que é?
Curso para formação de contadores de histórias, ministrado pelos Contadores e Arte-educadores Amauri de Oliveira e Roberto Isler da Casa Encantada e Cia Xekmat, para contadores, professores, profissionais da área de saúde, bibliotecas ou pessoas interessadas em aprender as técnicas de contação de história.

Inscrições:
Até 14 de Agosto de 2009, pelos telefones:
(19)3463-7889 – (19)3463-3601 – 9767-2582 com Renata, Amauri ou Roberto

Como é:
O curso consiste em 12 aulas, uma por semana, sempre aos sábados das 13:30 às 15:30, em 03 meses, tendo a carga horária semanal de 2 horas, mais 06 horas de trabalhos, num total de 30 horas, com certificado.
Poucas vagas por turma

Temas trabalhados:
● Técnicas de contação de histórias
● Expressão Facial e corporal
● Uso de música na contação
● Uso de objetos
● Vestimentas
● Voz e entonação
● Tipos de histórias
● Improvisação, entre outros

Duração:
Início: 15 de agosto (sábado) até 07de novembro de 2009

Investimento:
R$ 70,00 mensais.

Local:
A Casa Encantada: Ponto de Leitura do Ministério da Cultura e da Rede Biblioteca Viva, local especialmente criado para a contação de histórias, em diferentes e divertidos ambientes, destinado à visitação de crianças jovens e adultos.
Endereço: Avenida da Saudade, 707, Esquina com Rua Ceará, V. Grego, Santa Bárbara d’Oeste, SP

Vagas limitadas. Informações e inscrições:

(19)3463-7889 – (19)3463-3601 – 9767-2582
Com Renata, Amauri ou Roberto

amauri_xekmat@yahoo.com.br

domingo, 5 de julho de 2009

Caixinha



Um granjeiro pediu certa vez a um sábio, que o ajudasse a melhorar sua granja, que tinha baixo rendimento. O sábio escreveu algo em um pedaço de papel e colocou em uma caixa, fechou e entregou ao granjeiro, dizendo: "Leva esta caixa por todos os lados de sua granja, três vezes ao dia, durante um ano".

Assim fez o granjeiro. Pela manhã, ao ir ao campo segurando a caixa, encontrou um empregado dormindo, quando deveria estar trabalhando. Acordou-o e chamou sua atenção. Ao meio dia, quando foi ao estábulo, encontrou o gado sujo e os cavalos sem alimentar.

E à noite, indo à cozinha com a caixa, deu-se conta de que o cozinheiro estava desperdiçando os gêneros. A partir daí, todos os dias ao percorrer sua granja, de um lado para outro, com seu amuleto, encontrava coisas que deveriam ser corrigidas.

Ao final do ano, voltou a encontrar o sábio e lhe disse: "Deixa esta caixa comigo por mais um ano; minha granja melhorou o rendimento desde que estou com o amuleto." O sábio riu e, abrindo a caixa, disse:- "Podes ter este amuleto pelo resto da sua vida." No papel havia escrito a seguinte frase: "Se queres que as coisas melhorem, deves acompanhá-las constantemente."

História do Grão-de-Milho


ERA UMA VEZ uns casados e não tinham filhos. A mulher tanto pediu a Nossa Senhora que lhe desse um filho, ainda que fosse do tamanho de um grão de milho, que ao fim de nove meses ela pariu um filho, mas tão pequeno, tão pequeno, que era mesmo do tamanho de um grão de milho. Foi-se passando tempo e o pequeno não crescia nada, de sorte que ficou sempre do mesmo tamanho.
O pai era lavrador e, quando andava a trabalhar no campo, era o Grão-de-Milho que lhe ia levar o jantar numa cesta; mas, como era tão pequeno, ninguém o via o que fazia correr aquela cesta pela rua abaixo. O pai recomendava-lhe que não se chegasse para o pé dos bois, mas uma vez que ele tinha ido levar o jantar ao pai, a brincar trepou para cima de uma folha de milho e um dos bois, pensando que era um grão de milho, lambeu-o com a língua. O pai quando quis voltar para casa, por mais que o procurasse não deu com ele, mas tanto chamou que por fim ouviu responder que o boi o tinha comido e estava dentro da tripa. O pai ficou muito aflito e matou logo ali o boi e começou a procurá-lo nas tripas, mas por mais que procurasse não o encontrou, até que deixou ficar tripas e tudo. De noite um lobo, atraído pelo cheiro da carne, veio e comeu as tripas do boi, e deitou a fugir. O lobo teve umas grandes dores de barriga e o Grão-de-Milho começou a gritar-lhe: "C... aí, c... aí!" Mas o lobo, ouvindo isto teve tanto medo que mais fugia e não podia obrar. O Grão-de-Milho continuava a gritar: "C... aí, c... aí!", até que o lobo tão atrapalhado se viu que fez as suas necessidades.

O Grão-de-Milho logo que saiu para fora, lavou-se muito bem lavado numa pocinha que ali estava e foi por ali fora. No meio caminho encontrou uns almocreves que levavam os machos carregados de dinheiro e disse-lhes. De repente, saltam uns ladrões, matam os almocreves e levam os machos com o dinheiro para uma casa que havia nuns pinherais. O Grão-de-Milho, como ia medito numa alforges, foi também sem ser pescado. Os ladrões despejaram o finheiro em cima de uma grande mesa e começaram a contá-lo. O Grão-de-Milho pôs-se debaixo da mesa e começou a gritar: "Quem dá dé-reis, quem dá dé-reis!" Os ladrões, assim que ouviram isto, tiveram tanto medo que deitaram a fugir. Então o Grão-de-Milho ensacou o dinheiro, pô-lo em cima dos machos e foi para casa.

Quando lá chegou, era ainda de noite e bateu à porta. O pai perguntou: "Quem está aí?" e ele respondeu: "Sou eu, meu pai; abra depressa." O pai veio logo abrir a porta e o Grão-de-Milho contou-lhe então tudo, entregou-lhe os machos e o dinheiro e o lavrador, que era pobre, ficou muito rico.
(Coimbra)

COELHO, Adolfo. Contos populares portugueses. 5. ed. Lisboa: Dom Quixote, 1999. pp. 181-182.