sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Bruxinha


Trem da Alegria

Ô bruxinha bonitinha
Da vassoura de capim
Me carrega pro espaço
Abra os braços só pra mim...
Ô bruxinha bonitinha
Da vassoura de capim
Me carrega pro espaço
Abra os braços só pra mim...
Quem disse que as bruxas são feias?
Alcéias, meméias e tal
Não sabem que nas luas cheias
Elas mudam o seu visual
E vestem camisas e meias
Que acham lá no meu varal
Depois cantam como as sereias
Fazem festa, alegria geral...
Ô bruxinha bonitinha
Da vassoura de capim
Me carrega pro espaço
Abra os braços só pra mim...
Ô bruxinha bonitinha
Da vassoura de capim
Me carrega pro espaço
Abra os braços só pra mim...
Nós dois lá em cima sozinhos
Varrendo as estrelas do céu
Cá embaixo nossos amiguinhos
Fazendo o maior escarcéu
Os pássaros deixam seus ninhos
Abelhas dão tempo no mel
E assim cantam todos os bichinhos
Viva a bruxa de capa e chapéu!!!
Ô bruxinha bonitinha
Da vassoura de capim
Me carrega pro espaço
Abra os braços só pra mim...

Ô bruxinha bonitinha
Da vassoura de capim
Me carrega pro espaço
Abra os braços só pra mim...

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A Velha Bruxa





Uma Velha estava sentada num cemitério, costurando um pano preto. Suas agulhas de prata tinham o formato de um leve crescente lunar. Ela usava as tradicionais roupas pretas usadas na velhice. Suas longas tranças grisalhas caiam até os ombros enquanto as mãos hábeis trabalhavam com perícia sua magia sobre o tecido. 

O cemitério estava bem iluminado pelo luar e pelo brilho de uma coroa dourada que repousava sobre uma pedra próxima. Embora estivesse inteiramente concentrada no trabalho que tinha nas mãos, os penetrantes olhos da Velha percebiam tudo o que ocorria ao seu redor. Um homem aproximou-se e ela levantou o olhar, fazendo com que ele se detivesse. 

-Diga-me, você sabe o que é isso que eu costuro? perguntou.

-Sei, a senhora está costurando uma capa - respondeu ele.

-Não - disse a Velha. E desviou o olhar do homem, permitindo que ele prosseguisse seu caminho. Ela retomou ansiosamente seu trabalho.

Na noite seguinte, uma mulher idosa passou pela Velha, que a deteve o olhar.

-Diga-me, a senhora sabe o que é isso que estou costurando? - indagou. A mulher curvou-se e olhou a roupa com atenção.

-Sim, claro. Sei o que está fazendo. Está costurando um véu de luto.

-Não, disse a Velha, e deixou a outra seguir seu caminho.

Na terceira noite, uma mãe com uma criança aproximou-se.

-Diga-me, você sabe o que é isto que estou costurando? – -Perguntou mais uma vez a Velha.

-A criança enrolou-se no tecido e ergueu-o acima de sua cabeça. E disse:

- A senhora esta costurando o céu da meia-noite.

-A Velha respondeu:

- Sim, você acertou - ela estava encantada com a criança - Cada ponto é uma estrela. Quando o céu estiver cheio de estrelas, você saberá que fiz um cobertor para lhe proteger. Olhe, você consegue ver no céu o delicado trabalho que faço com as agulhas. 

-A Velha deu à mãe suas agulhas mágicas em forma de lua crescente e disse: " Você é o dia em que o trabalho estará pronto." A Velha enrolou-se no tecido negro e acrescentou:

-Eu sou a noite em que todos vêm descansar e se preparar para um novo dia. A Velha estendeu o braço para pegar a luminosa coroa dourada e colocou-a sobre a bela cabeça da criança e disse: - E você, filho de um novo dia, é o Sol da Manhã. Os três afastaram-se caminhando, tendo completado o mágico ciclo da vida. 


Texto extraído do livro "O Despertar da Bruxa em Cada Mulher" de Laurie Cabot.